POÇO REDONDO, O TURISMO E A ESPERANÇA DE DESENVOLVIMENTO
Manoel
Belarmino
Confesso
que tenho medo de perder a esperança. E é assim que começo a escrever este
pequeno texto. Se fosse uma fala, sem dúvida, minha voz estaria embargada. Os
doutores e os turismólogos, que me perdoem, mas não dá mais para pensar em
política de turismo focando em megaestruturas desprezando o turismo de base
comunitária ou deixando de envolver diretamente as comunidades locais.
E
escrevo isto porque as festas de fim de ano estão chegando e logo mais adiante
vêm as festas de carnaval, as festas de Santo Antônio, mas também vêm a Semana
Santa, os fins de semanas prolongados, os feriados, etc. E a procura por locais
de hospedagem, alimentação, bebidas e outras, são de grande demanda na região,
principalmente nas localidades das margens do Rio São Francisco.
Há
poucas horas, por exemplo, antes de eu escrever este texto, recebi mensagens
via Zap de três grupos de pessoas querendo alugar casas em Curralinho para o
Révellion. Mas consultando algumas pessoas de lá, tenho a informação que não
existe em Curralinho nenhuma casa que possa ser alugada para os dias de feriado
prolongado do Revellion. Mas também ultimamente uma quantidade grande de
pessoas têm me procurado para guiá-los por trilhas aqui em nosso Município.
A
comunidade precisa receber apoio técnico do governo municipal para se organizar
nos diversos serviços de turismo, desde a divulgação dos produtos e serviços à
qualidade das estruturas mínimas necessárias e adequadas para receber os
turistas. Desenvolvimento de uma comunidade com potencial turístico perpassa
por apoio técnico do governo local. Os grandes empresários poucos dependem do
governo local a não ser para a isenção de alguns impostos. Os pequenos
empreendedores precisam de apoio técnico do governo local para garantir bons
serviços e geração de trabalho e renda. As grandes empresas geram empregos,
submissão e importam profissionais. Os pequenos empreendedores geram trabalho,
renda e autonomia. E também os pequenos empreendedores geram empregos
interfamiliar e ainda fortalecem a identidade cultural do povo do lugar.
Fico
angustiado quando vejo turismólogos, doutores e governantes dizerem que a
megaconstrução de uma orla em cima de uma comunidade tradicional é a única ou a
principal solução para o desenvolvimento local.
Afirmo
e reafirmo que é possível, sim, sem precisar de grandes investimentos
financeiros, construir uma política eficiente de fortalecimento do turismo em
Poço Redondo, nem que seja preciso agir com mão de ferro.
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