NAS MONTANHAS DA SERRA NEGRA

Manoel Belarnino

 

É verão, mas chegarão,

Em muito breve, as frias noites,

Do inverno do sertão,

Com seus ventos frios de açoites.

 

As montanhas ficam mudas;

Cobrem-se de neves cinza.

Noites geladas, agudas...

Até a Lua fica ranzinza.

 

Do cimo da serra, ao longe,

Nada se avista; só neve.

E na alcova, qual um monge,

Minha alma repousa leve.

 

Serra Negra, cordilheira,

Negra de azulada cor.

De longe, vê-se faceira;

De perto, avista-se amor.

 

Oh serras de homens santos!

Lugares de mulheres santas!

Que anônimos são tantos!

Que anônimas são tantas!

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