O QUILOMBO RUA DOS NEGROS E O CENSO DEMOGRÁFICO DO IBGE

Manoel Belarmino*

Imagem TV Atalaia

Em todo o Brasil, o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contabilizar a população quilombola. São 5.972 comunidades quilombolas reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares que já estão sendo visitadas pelos recenseadores. A atenção dada pelo IBGE às comunidades de remanescentes quilombola é a grande novidade deste censo.

Neste Censo, o IBGE vai oferecer à sociedade as estatísticas oficiais sobre a vida das pessoas nas comunidades de quilombos no Brasil.

Ontem, dia 17 de agosto, foi o grande dia de mobilização das comunidades quilombolas do Brasil com a intenção de sensibilizar as lideranças quilombolas para a importância do Senso.

Segundo o IBGE, os dados nos territórios quilombolas serão coletados a partir da pergunta: sua cor ou raça é branca, preta, amarela, parda, indígena? Independentemente da resposta, pré-registrada, aparecerá a próxima pergunta: você se considera quilombola? Se a resposta for sim, o questionário vai querer saber: qual o nome da sua comunidade? Já existe uma lista de comunidades pré-registradas no aplicativo usado pelo recenseador, mas é possível acrescentar nomes que não estejam citados.

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Ainda, segundo o IBGE, “para garantir o princípio de respeito à declaração do informante sobre a sua identificação étnico-racial e à dos demais moradores do domicílio, o recenseador ou qualquer outra pessoa da equipe de coleta não pode questionar o informante, nem colocar em dúvida a sua declaração. Se houver desrespeito à declaração, o fato pode ser informado ao IBGE por meio do telefone 0800 721 8181, com os dados sobre nome e matrícula da pessoa responsável pela coleta, sempre disponível no colete dos agentes, nome e endereço da ocorrência. Todas as situações serão minuciosamente avaliadas e corrigidas internamente, quando for o caso”.

O Censo 2022 do IBGE, nos territórios quilombolas, vai contar ainda, quando o recenseador não for quilombola, com a presença de guias comunitários “para a condução segura do recenseador por todos os domicílios a serem visitados, indicando as melhores rotas de percurso, os melhores horários para a visita e os códigos de conduta a serem adotados”.

Imagem TV Atalaia

Nesta quarta-feira, ontem, o IBGE esteve na Comunidade Quilombola Rua dos Negros, em Canindé de São Francisco, aqui em Sergipe. A Rua dos Negros, que não é apenas uma rua, mas um território que abrange uma propulsão de aproximadamente 400 pessoas.   O presidente do IBGE, Eduardo Rios, esteve na comunidade acompanhando os trabalhos de mobilização do Censo 2022.

Ali, no Quilombo Rua dos Negros, alguns recenseadores são da própria comunidade, a exemplo de Simone França Feitosa, que é liderança da comunidade Rua dos Negros, presidente da associação local e recenseadora do IBGE.

*Manoel Belarmino - Jornalista - Registro Profissional (DRT) 0002678/SE

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