UMA GALERIA DE ARTES E UMA NOITE DE CULTURA NO CORAÇÃO DE POÇO REDONDO

Manoel Belarmino*

O centro de Poço Redondo viveu uma noite de beleza e emoção neste sábado, 4 de outubro. A Praça Eudócia se transformou em um grande palco cultural para celebrar a arte, a memória e a identidade do sertão. Ali foi exibido o filme-documentário premiado
“Mestre Orlando do Couro: Ancestralidade Viva na Pele Talhada”, dentro da primeira edição do Cinema na Praça, ação do Projeto Cultura em Toda Parte, do Governo do Estado.

O evento foi realizado em parceria entre a Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap) e a Prefeitura Municipal de Poço Redondo, por meio da Secretaria de Turismo, Cultura, Esportes, Lazer e Juventude, reunindo artistas, mestres da tradição e a comunidade para uma celebração de pertencimento e arte popular.

A noite teve início com um marco histórico: a abertura da Galeria Municipal de Artes Raimundo Eliete, espaço dedicado à preservação e difusão da arte local. A galeria abriu suas portas com a exposição “Mestre Orlando do Couro: Ancestralidade Viva na Pele Talhada”, reunindo peças emblemáticas do ofício do couro — gibões, chapéus e outros adereços que vestem o vaqueiro e guardam a alma sertaneja.

Cada peça traz o toque e a memória de Mestre Orlando, artesão da Família Félix do Cajueiro, cuja arte remonta aos tempos do ciclo do couro e à tradição dos coiteiros do cangaço, que abrigavam Lampião e seu bando nas veredas da caatinga. No couro talhado, vive a resistência e a poesia do sertão: o vaqueiro em sua lida, a fé que molda o gesto, o som do aboio que ecoa como reza e canto.

A programação seguiu com apresentações de xaxado, declamação de poemas, roda de conversa, e muito forró com Raimundinho e Miltão Aboiador, encerrando com os shows vibrantes de Robertinha do Cajueiro e Rebecca Melo. Uma noite que misturou arte, memória e alegria, como é próprio do povo sertanejo.

A exposição segue aberta até o dia 1º de novembro, na Galeria Municipal deArtes Raimundo Eliete. É um convite para que professores, estudantes, pesquisadores e toda a comunidade mergulhem nas raízes do nosso fazer cultural — na história que brota da caatinga, no couro que guarda o tempo, na arte que eterniza o vaqueiro e sua saga.


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