ELEIÇÃO VAI E ELEIÇÃO VEM E O POBRE NADA TEM
Manoel
Belarmino
As
eleições estão chegando. Já acontecerão no próximo dia 7. As torcidas
organizadas se manifestam nas ruas e nas redes sociais. Tudo parece um jogo. E
um jogo de azar com torcida e tudo. Torcida em euforia gritando "o já
ganhou".
A
euforia de "o já ganhou" chega na culminância no dia 7. Os debates
vazios dos candidatos e das torcidas eleitoreiras chegam ao limite. Depois os
eleitos tomam posse. E os problemas graves continuam insolúveis e aprofundando
mais ainda na gravidade. Continua a corrupção. Continua os impostos exorbitantes
sobre as pequenas empresas. A educação piorando. O sertão sergipano continuará
com problemas graves de acesso à água. A saúde precária. Quem era "o
salvador da pátria" na campanha tornou-se conivente com o desmantelamento
das políticas públicas essenciais já precárias. Quem era corrupto continuou na
corrupção e no poder. Os governos dos Estados e o governo central, assim como o
congresso, permanecem refém de grandes empresas gananciosas que engole as
pequenas e sonegam impostos. Os métodos talvez mudem, mas a corrupção
continuará a mesma. Os privilégios continuam. A desigualdade social se
aprofundará. Poucos ricos ao extremo e muitos pobres ao extremo.
Tudo
isso porque nós como eleitores não participamos da construção e votamos nas propostas,
no projeto política, dos candidatos. Tudo isso porque no período da campanha
brigamos mais do que discutimos projetos de governo dos candidatos. Nas
campanhas eleitorais, nós deixamos de ser eleitores cidadãos para sermos
torcedores "apaixonados" por candidatos ruins e sem propostas ou, no
mínimo, malfeitas.
O
povo, os cidadãos, deveriam construir as propostas e o candidato deveria ser o
representante da proposta ao registrar a candidatura na Justiça Eleitoral.
Várias propostas poderiam ser construídas com o povo e apresentadas nas
eleições. E, no voto, eleitas. O presidente, o governador e o prefeito,
deveriam ser os representantes dessas propostas. Mas, infelizmente, é na
prática o contrário. Nós votamos em candidatos que, muitas vezes, não o conhecemos
e nem conhecemos a sua proposta.
É
preciso parodiar uma velha música bastante conhecida:
"Eleição
vai e eleição vem
E
o pobre nada tem".
Nós
transformamos as eleições em mero jogo de azar.
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