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AS ÁGUAS DO VELHO CHICO E AS ÁGUAS QUE FECUNDAM ATÉ O MAR MORTO

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Manoel Belarmino Estou eu aqui, nesta tarde, sentado na frente da casa de minha mãe, no Bairro São José, olhando o tempo e lendo Ezequiel 47, 1-12 sobre a água que fecunda até o Mar Morto. "E junto ao rio, à sua margem, de um e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem acabará o seu fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida e a sua folha de remédio" (Ex 47, 12). Diante desta leitura, neste trecho do Livro Sagrado, começo a refletir sobre o nosso Rio São Francisco, sobre a Caatinga, o Cerrado e sobre o povo ribeirinho e as populações da Bacia do Velho Chico. Nós sabemos que a Bacia do Rio São Francisco é composta basicamente por dois biomas importantes: o bioma Caatinga e o bioma Cerrado. O Rio São Francisco é basicamente perenizado por dois aquíferos que estão exatamente no bioma Cerrado. São os aquíferos Urucuia e Bambuí, cuja r

POÇO REDONDO E AS NOSSAS RIQUEZAS IGNORADAS PELOS GOVERNANTES

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Manoel Belarmino Eu já postei vários textos sobre as riquezas de Poço Redondo nas redes sociais, principalmente no face, para ver se um dia toca na alma e na consciência dos governantes municipal e estadual. E é bom frisar que não é de agora que faço essas postagens, basta ver a linha do tempo do meu facebook. Acredito que venho postando isso há uns seis anos. Já postei aqui textos sobre a nossa riqueza paleontológica, a espeleologia com cavernas e furnas impressionantes no Rio Jacaré e na Serra da Guia, as riquezas arqueológica, terrestre e subaquática, com destaques o Quilombo Serra da Guia e para o sítio de Bonsucesso, Curralinho Velho. Além dos veios de cristais de quartzo, da paleontologia, dos potenciais de turismo histórico, cultural científico e de paisagem, dos sítios históricos de Angico e Serra da Guia. A cultura do Cangaço, casarios e religiosidade popular. Também publiquei texto sobre agroecologia, sobre recursos hídricos e acesso a água e energias. Como entender

ACESSO À ÁGUA É UM DIREITO HUMANO

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Manoel Belarmino Pequenas e grandes estruturas com tecnologias de captação e armazenamento de água das chuvas são necessárias e urgentes para a convivência do homem e a mulher no sertão. Com essas chuvas volumosas que nestes dias caem na nossa região, é visível a água que escorre pelos córregos e riachos. As águas que vêm das chuvas e vão embora. Não temos, ainda, infelizmente, estruturas adequadas para a captação e armazenamento de água das chuvas. Somente nestas chuvas que caíram em Poço Redondo nestes últimos dias, em meio hectare caiu mais de 1 milhão de litros de água da chuva. Mas quando volta a estiagem não demora muito para sentirmos novamente a escassez de água para a produção e até para o consumo humano. Infelizmente os governos federal, estadual e municipal só se preocupam com as emergências. E ainda não há uma política pública de acesso a água tecnicamente adequada e eficiente no semiárido. Algumas organizações populares do campo vinculadas a ASA têm s

ESTRADA REAL DE SERGIPE DEL REY

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Manoel Belarmino A Estrada Real de Sergipe Del Rey, um caminho histórico que aparece em documentos desde 1653, foi identificada por técnicos do IPHAN no inicio deste ano, durante a IV Fiscalização Preventiva Integrada na Bacia do Rio São Francisco-FPI. O caminho histórico, chamado de Estrada Real, era utilizado para o escoamento de cargas de mercadorias. Essa denominação de Estrada Real identificava as estradas oficiais da Coroa Portuguesa, e serviu para a cobrança dos impostos e taxas de circulação de mercadorias. Os trechos importantes da Estrada Real em Sergipe nunca havia sido analisados em campo por uma equipe técnica. Na Biblioteca Nacional encontra-se um mapa da Estrada Real de Aracaju a Penedo (AL), passando por Capela, Muribeca e Aquidabã, com data de 1886. Com a realização da IV FPI, a arqueóloga do IPHAN, Míriam Cazzeta, que pesquisa Estradas Reais, há mais de 14 anos, disse que é a primeira vez que uma equipe técnica especializada esteve nesses trechos da

UM GRITO NO DESERTO DE GENTE MOUCA

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Manoel Belarmino "Eu sou a voz que clama no deserto..." Esta frase foi proferida por João Batista, o profeta, o eremita, e está escrito na Bíblia Sagrada, mais precisamente no Livro de João (João 1,2-28). Se trouxermos essa palavra profética do mestre João Batista para a nossa realidade atual, clamar por políticas públicas decentes e eficientes, simples, e de resultados, é gritar sozinho. É gritar no deserto. Dizer e mostrar na prática que é possível construir politicas públicas de convivência no semiárido também, às vezes, é gritar sozinho no deserto. Há uma preguiça política e técnica quando a questão é políticas públicas. Dizer e mostrar tecnicamente que é possível. Dizer que somente um modelo de educação contextualizada, de convivência com o semiárido, libertadora e emancipadora, que forme cidadãos pensantes e críticos, poderá contribuir para a boa convivência e para a autossustentação no semiárido, é gritar sozinho. É nunca ser ouvido. Ainda hoje existe alg

AS RAÍZES DOS PROBLEMAS DO SEMIÁRIDO

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Manoel Belarmino Enquanto os homens e as mulheres continuarem se contentando com o enxergar apenas a superfície, o lixo e a podridão continuam no fundo do poço, alimentando e fortalecendo as raízes dos principais problemas do povo. Há uma preguiça política dos políticos e da sociedade na construção das políticas públicas. Poucos são os que se atrevem a questionar, discutir e propor ações e políticas de erradicação das raízes dos principais problemas do povo. Maquiou a superfície, aí já está tudo bem. Políticas de “paliativamento” ou de "sepulcros caiados". Podemos citar, por exemplo, as políticas de “arremediamento” dos problemas de acesso à água no semiárido com carros pipas do Exército e da Defesa Civil, quando se poderia construir estruturas com tecnologias eficientes e adequadas de captação e armazenamento de água das chuvas e do Rio São Francisco, recuperação de olhos d’água d'água, e as políticas de distribuição de sementes, quando se poderia investir em

O PREÇO DE UMA ELEIÇÃO

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Manoel Belarmino Quanto custa uma eleição? Se esta pergunta for direcionada aos candidatos, ou chefes políticos tradicionais, a resposta é a seguinte: muito cara, caríssima. Mas se houvesse respeito à democracia e à legislação eleitoral as despesas seriam baixíssimas tanto para os candidatos e candidatas como para os eleitores. Mas as eleições  têm sido muito cara para o Estado. Pois é este que mantém as estruturas físicas e humanas para o funcionamento de todo o processo eleitoral. Esse é o preço da democracia. Infelizmente o modelo viciado e deseducador de fazer política ainda predomina na sociedade. Os políticos teimam, de forma criminosa, em desobedecer as leis eleitorais. Insistem em comprar votos no varejo e no atacado como se fosse um curral de gado, de forma escancarada. Como uma eleição é cara para o candidato e para o leitor, se todas as despesas legais são pagas pelo Estado? Transporte dos eleitores, mesários , urnas, segurança e até a colinha para anotar os