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Mostrando postagens de setembro, 2018

OPERAÇÃO SERTÃO LIMPO III EM CANINDÉ DE SÃO FRANCISCO

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Manoel Belarmino Está acontecendo, durante toda esta semana, de 23 a 28 deste mês de setembro, na cidade de Canindé de São Francisco, em Sergipe, a Operação Sertão Limpo III, realizada pela 1ª Companhia de Infantaria do Exercito Brasileiro da cidade de Paulo Afonso (BA). Desde o primeiro dia, a Operação Sertão Limpo III, que é uma grande preparação da 1ª Companhia de Infantaria, Unidade do Exército Brasileiro localizada no município de Paulo Afonso, deslocou um efetivo de aproximadamente 150 homens para o município de Canindé de São Francisco, para executar uma série de atividades, como a instrução para o preparo da garantia da ordem. Atividades como controles de vias urbanas, bloqueios de estradas, patrulhamentos na área urbana e rural, simulações de buscas e apreensões.   Essas atividades operacionais objetivam o treinamento dos militares, deixando-os prontos, aptos. A presença dos militares, durante esta semana em Canindé de São Francisco, trouxe, sem dúvida, uma sens

O CINFORM VENDIDO

Manoel Belarmino Um grupo de empresários que atua nos estados de Pernambuco e Bahia comprou o semanário CINFORM. Segundo fontes seguras, o CINFORM foi vendido por R$ 40 milhões de reais, incluindo o passivo. A venda do CINFORM aconteceu ontem, mas as conversas vinha há tempo. O CINFORM vai circular novamente como antes.

RIO SÃO FRANCISCO OPARÁ, EU SOU ÁGUA DA SUA ÁGUA

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Manoel Belarmino Nestes tempos de ascensão De sofrimento e mágoa De o sertão virar deserto Como roupa que se enxágua. É só ver como o rio tá. Meu São Francisco Opará, Eu sou água da sua água. Também sou da sua bacia, Meu velho rio que deságua Como choro lá no mar Com as lágrimas de mágoa. Choro de dor sem parar... Meu São Francisco Opará, Eu sou água da sua água. Furaram a sua bacia, Sem ter dó, com muita mágoa, Desnudando toda a terra E no veneno deságua Todo o esgoto sem parar... Meu São Francisco Opará, Eu sou água da sua água. O capital e a ganância No lucro sempre deságua Matando o povo do rio Como um quadro que se apaga Num destruir sem findar. Meu São Francisco Opará, Eu sou água da sua água. A sua água é meu sangue, Sangue que minha alma enxágua Os seus peixes são meu corpo Que no seu leito deságua Como um resto a se findá Meu São Francisco Opará, Eu sou água da sua água. Meu São Francis

DESENHANDO UM PUXA SACO

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Manoel Belarmino Estive pesquisando recentemente o significado do termo puxa saco. Mas apenas por curiosidade porque umas pessoas de uma determinada cidade aqui do sertão me disseram que estavam pensando em criar um evento para premiar o maior puxa saco do ano, por achar engraçado o comportamento de alguns puxa saco da cidade. Tive que rir. E eu disse que seria um evento de "procurar sarna para se coçar". Certamente o evento culminaria com confusão. Claro que quem é puxa saco de verdade nunca admite que o é e jamais iria aceitar a escolha. E muito menos, em um ato festivo, receber o prêmio. Viver nesse sertão é muito bom! Aparecem, mesmo com a seca, pessoas com cada ideia "pra lá de" engraçada. Mas vamos ver o que realmente significa o termo puxa saco. Segundo o site www.significado.com.br "puxa saco é um adjetivo ou substantivo com sentido pejorativo que significa adulador, bajulador e baba ovo". Mas podemos dizer ainda que um sujeito

“A IGREJA SEMPRE DEVE PRVILEGIAR OS MAIS POBRES, LEVANTAR OS CAÍDOS”, AFIRMA FRANCISCO

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Por Religión Digital, 24-09-2018. Cem mil fiéis multiplicaram a população de Aglona, Letônia, em cujo santuário Francisco celebrou uma importante missa sob um céu cinzento. Diante da Virgem, o Papa reivindicou como é possível "construir a unidade na diversidade", e convidou aos fieis a não viverem "de turismo solidário", mas a darem um passo a mais: "não tenhamos medo de nos implicar e complicar na vida pelos outros". "Que todos em Letônia saibam que estamos dispostos a privilegiar os mais pobres, levantar os caídos e receber os outros assim como vêm e se apresentam diante de nós", enfatizou Francisco, que embasou sua homilia na passagem em que, aos pés da cruz, Maria e João selam uma nova relação familiar. "Aqui tens tua mãe; mãe, aqui tens teu filho", pediu Jesus, e sua mãe o cumpriu, mesmo diante do sofrimento e da dor. Porque Maria "está firmemente de pé junto a seu Filho", "cravada ao pé da cruz"

UM VÍDEO QUE INCOMODA

Manoel Belarmino Parece que as imagens da Polícia do Estado de Sergipe espancando professores no centro de Aracaju, nos anos 80 quando Valadares era governador, vão continuar sendo mostradas na propaganda eleitoral do PSD. Segundo informações, a Justiça Eleitoral negou o pedido de censura feito pelo candidato a governador Valadares Filho (PSB). Naquele episódio, nem o então deputado estadual Marcelo Deda escapou madeira da policia de Valadares.

SOBRE A IRRIGAÇÃO NO SEMIÁRIDO

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Manoel Belarmino A quantidade de água que é jogada nesse modelo inadequado de irrigação para os solos do semiárido nos perímetros irrigados de Califórnia e Jacaré Curituba, ambos entre os municípios de Poço Redondo e Canindé de São Francisco, seria suficiente para irrigar, de forma adequanda, e de acordo com as estruturas morfoclimáticas do bioma caatinga, 10 áreas do tamanho dos dois perímetros. Os solos do semiárido foram feitos pela Natureza para conviverem e funcionarem bem com pouca água e com períodos intercalados de secas. Os solos da caatinga, se forem molhados de forma continuada com água em excesso, em pouco tempo ficarão salinizados e suscetíveis ao que chamamos de "desertificação úmida" no semiárido. Muitas manchas de terras dos perímetros irrigados de Jacaré Curituba e Califórnia já estão desertificadas. Os modelos de irrigação implantados pela COHIDRO no Projeto Califórnia e pela CODEVASF no Jacaré Curituba não permitem que os beneficiários optem

A IMPORTÂNCIA DAS ÁRVORES PARA A VIDA

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Manoel Belarmino. Desde o tempo da Bíblia, no Antigo Testamento, as pessoas já sabiam que as árvores eram importantes para a vida. O bioma deve ser bem cuidado até em tempo de guerra. É do bioma, da natureza, que as pessoas retiram o alimento para o corpo e, também, claro, para a alma. É difícil aceitar que, mesmo em tempo de paz e como cristãos que comungamos todos os domingos nas missas e cultos, continuamos matando as árvores e toda a biodiversidade da caatinga, única e exclusivamente para obtermos lucros, dinheiro. Podemos refletir na leitura de Deuteronômio 20.19: "Quando sitiarem uma cidade por um longo período, lutando contra ela para conquistá-la, não destruam as árvores dessa cidade a golpes de machado, pois vocês poderão comer as suas frutas. Não as derrubem. Por acaso as árvores são gente, para que vocês as sitiem?"

UMA TARDE NO ARARIPE

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Manoel Belarmino Estive na dia 21 de julho do ano passado, durante o Cariri Cangaço, no Araripe, na Fazenda Araripe, no Exu. Perto da Casa do Barão do Exu, ali no mesmo Araripe, na mesma fazenda, imagino Santana fazendo café de caco, ou escorrendo a coalhada na casa de Januário. Na casa do barão, na mesa grande de madeira de cedro forrada com tolhas coloridas... a candeia acesa. Lá fora ainda se ouve o berro dos cabritos. O sino das seis horas da noite já tocou, na capela. Mais tarde se ouvirá um som fanhoso dos oito baixos de Januário. Eu não sei... mas vejo os Alencar chegando do Rio de Janeiro com malas cheias de perfumes de luxo, pedaços de fazendas para presentear as pessoas, joias, brilhantinas, livros, folhetos de cordéis... “Meu Araripe, meu relicário...” (Luiz Gonzaga)

QUANDO A ELEIÇÃO PASSAR

Manoel Belarmino E quando a eleição passar, Não se engane, meu amigo, A nossa vida de pobres Continuará em perigo. Os ricos sempre mais ricos E você arrumou inimigo. Respeite aí o seu vizinho. Não brigue por eleição. Não brigue por candidato E nem faça confusão; Quando você tá apertado É o vizinho que dar a mão. O candidato que perde, Vai, some, desaparece. E aquele que se elege Por aqui nunca aparece E quando passa por você Finge que não o conhece. Por isso, meu cidadão, Cabo, puxa ou eleitor, Respeite aí seu vizinho, Dialogue, mostre valor, Respeite o direito do outro Não seja um burro agressor. Apresente suas ideias E mostre sua ideologia; Não convença, conscientize. Construa a sabedoria. Dialogue, escute, questione... Reflita no dia a dia. As eleições vêm e passam E pra o povo nada muda Difícil é a vida do povo Vivendo “um Deus nos acuda” O rico fica mais rico E pobre pedindo ajuda. Fortaleça a

CORDEL DAS PANELAS APOSENTADAS

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Manoel Belarmino O preço do gás subiu E as panelas tão caladas, Sem os gritos das fervuras Daquelas ruas lotadas De gente de classe média. Sem gás, panelas paradas. As camisas amarelas E vermelho já não se vê. Impedida de subir Classe média sem querer Ao degrau da cor vermelha Da pobreza vai descer. Os médios comerciantes Já vêm as vendas caírem, Aumentarem os impostos E seus dinheiros sumirem. E as aposentadorias Já não vão mais existirem. E os pobres já são pobres E já estão miseráveis, E já atingindo o mais baixo Dos degraus intoleráveis. Tudo isso que a gente vê São coisas inaceitáveis. E os de cima, não se sabe, Se se sustentam, se abala, Moral e respeito não São mais valor, que se fala. Toda vergonha e o dinheiro. São escondidos em mala. As malas lá dos milhões Do Temer e do Geddel, Envergonhou a nação Amarga mais que um fel. Ladrões assim continuam Exercendo o seu papel. Batedores de pane

O CORDEL DO VALOR DA VIDA

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Manoel Belarmino Estar vivo (e nós sabemos) Não é apenas respirar. Ter vida é sentir-se vivo. Viver bem é conquistar Numa luta permanente O território e o lugar. Vida digna para todos Só nas lutas se consegue Quando todos participam Num caminhar que prossegue E Conquistando os direitos Mesmo que o Estado nos negue. A vida fica mais viva Quando ouvimos o chamado Dos mais pobres, excluídos, E do povo organizado Pra gente entrar nas lutas. Não ser povo dominado. Nas lutas de nosso povo Nós voltamos a plantar As sementes da esperança, Do direito de sonhar, Garantir o território De viver e trabalhar. Nas lutas nos aprendemos A conviver, refletir, Respeitar todos os seres Humanos que aqui existir. Todas as formas de vidas Que co’a gente coexistir. Neste sertão semiárido De vida “chei” de grandeza Todos nós fazemos parte Da vida da Natureza. Tá na hora de reconstruirmos Este mundo de beleza.

UM ETERNO CHEIRO DE CAFÉ.

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Manoel Belarmino Barulhos de gente, carros e passarinhos urbanos, me fizeram acordar cedo. Não olhei a hora, mas uma claridade do dia já aparece nas pequenas frestas do telhado anunciando que já é manhã. Lá fora, na singela Rua I do Bairro Sao José em Poço Redondo, há gente e carros em movimento. O dia realmente amanheceu.   Sinto um cheiro de café vindo da cozinha toma conta do ambiente. Minha mãe, na sua melhor idade, já acordou, levantou da sua cama, cuidou das coisas e fez o café. Há anos que sinto esse cheiro de café.O mesmo cheiro e o mesmo café. Os anos passam, as marcas de café mudaram, os meus cabelos esbranquiçaram, mas o cheiro do café na casa de minha mãe é o mesmo todas as manhãs. A minha alma já percebeu que é manhã, mas o meu corpo, mesmo sentindo o irresistível cheiro do café mais perfeito do mundo, teima em achar que ainda é noite e nao quer levantar. Minh'alma está esperta e desperta, mas meu corpo dorme preguiçosamente

MUITO BAGAÇO E POUCO CALDO NA MOENDA DA POLÍTICA

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Manoel Belarmino A política parece (e devemos prestar atenção) com uma moenda moendo cana. O bagaço é a parte bem mais volumosa que é juntada e jogada fora ou queimada. Vira cinzas ou lixo. Mas a parte menor, que é o caldo, é valiosa e doce, podendo ser transformada em açúcar ou em bebida de luxo. Assim são os candidatos na política, nas eleições. Muito bagaço e pouco caldo.

O VALOR DA PARTICIPAÇÃO NA LUTA POLÍTICA

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Manoel Belarmino Na política, uma das primeiras lições, quando juntamos a vida com a luta política, é a necessidade da participação. Nos partidos e nos movimentos, participamos de encontros e reuniões para dialogar sobre as conquistas que já tivemos. Dialogamos sobre as lutas históricas e a conquista da terra em nossa região. Participamos das mobilizações, das ocupações das estradas, da terra, pela mobilidade no campo e de outras. Participamos das rodas de conversas para dialogarmos sobre a conjuntura política e econômica, sobre os nossos equívocos e acertos e decidir sobre os passos que deveremos seguir. Participamos da organização da nossa comunidade, dos coletivos, da cultura e da solidariedade comunitária. A participação tornou-se um valor tão importante quanto os valores da solidariedade, do trabalho, da luta pela água, do cuidar da terra, da inter-relação com a biodiversidade, do ser caatigueiro e do estudo, na nossa militância política na luta pela construção de uma

OS BAILINHOS DE RADIOLA

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Manoel Belarmino A década abarcava todos os anos oitenta. E eu na minha meninice, vida de rapazinho, matuto. Menino do interior como sempre fui, morando na comunidade Boqueirão, no Território da Guia, na Tríplice Divisa, entre os municípios de Poço Redondo, Canindé e Pedro Alexandre, vivi ali a melhor fase da minha vida. Vivi os bailinhos de família, os bailes de radiola, os tempos dos discos LP e das radiolas de pilhas. Amado Batista, Valdick Soriano, Bartô Galeno, Clemilda, Gerson Filho. Lindomar Castilho e outros faziam parte da coleção de LP que animavam as noites de baile. As mais belas mocinhas do Boqueirão e das comunidades vizinhas sempre estavam presentes. Cabelos longos, vestidos lindos e sempre com os mais belos e puros sorrisos. A música "Seresteiro das Noites" de Amado Batista era um sucesso absoluto nas noites de baile. Tocada repetidas vezes na mesma noite. Dentro da casa simples, ainda de taipa, na sala principal, uma radiola a pilha to

O FUMO DE ROLO E O VELHO CAATINGUEIRO

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Manoel Belarmino Sempre que vejo na feira livre de Poço Redondo o fumo de rolo à vendam eu me lembro do meu avô Zé Anicácio do Sítio dos Soares, em Poço Redondo. Sentado no banco de craibeiro, sob o telheiro da casa de taipa, no meio da caatinga, o velho José está ali sentado. Bisneto de índia descendente do Território de Maria do Rosário de Poço Redondo e de negro remanescente dos quilombos sertanejos e caatingueiros de Sergipe. E já perdeu as contas dos anos da sua idade. Cabelos e sobrancelhas brancas. Olhos de vaqueiro rastejador de gado brabo no mato. Chapéu de couro de veado e alpercata de couro. Vestido de calça e camisa azul estilo armorial. Ali está José sentado, pensativo, numa manhã de um dia de outubro. Na sua memória imagens incríveis se apresentam. Imagens de caçadas no mato, imagens das festas de pega de boi no mato, imagens das cavalhadas, das novenas, dos leilões e das memoráveis noites de lua e das cantigas de roda. Mas ali está José sentado, sob o telhe