UM ETERNO CHEIRO DE CAFÉ.
Manoel
Belarmino
Barulhos
de gente, carros e passarinhos urbanos, me fizeram acordar cedo. Não olhei a
hora, mas uma claridade do dia já aparece nas pequenas frestas do telhado
anunciando que já é manhã. Lá fora, na singela Rua I do Bairro Sao José em Poço
Redondo, há gente e carros em movimento. O dia realmente amanheceu.
Sinto
um cheiro de café vindo da cozinha toma conta do ambiente. Minha mãe, na sua
melhor idade, já acordou, levantou da sua cama, cuidou das coisas e fez o café.
Há anos que sinto esse cheiro de café.O mesmo cheiro e o mesmo café.
Os
anos passam, as marcas de café mudaram, os meus cabelos esbranquiçaram, mas o
cheiro do café na casa de minha mãe é o mesmo todas as manhãs.
A
minha alma já percebeu que é manhã, mas o meu corpo, mesmo sentindo o
irresistível cheiro do café mais perfeito do mundo, teima em achar que ainda é
noite e nao quer levantar.
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