ATÉ DEFUNTO FEZ DOAÇÃO DE DINHEIRO PARA CANDIDATOS NESTAS ELEIÇÕES

Manoel Belarmino

Nas prestações de contas parciais dos candidatos e candidatas, realizadas entre os dias 9 e 13 de setembro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) identificou R$ 605 milhões em transferências suspeitas após análise da prestação de contas parcial de campanha. A Justiça Eleitoral informou que ao todo foram detectados 59.072 casos de doações ou gastos potencialmente irregulares. Até quem já faleceu há alguns meses ou anos aparece como doador de dinheiro para alguns candidatos.

O cruzamento de dados de diferentes órgãos de controle, como o Tribunal de Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades Econômicas (Coaf) e a Polícia Federal (PF) essas suspeitas. E agora a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral vão apurar, reunir as provas materiais e punir os que vierem a ser culpados.

Ainda, no caso dos gastos, chama a atenção dos órgãos de controle quando, por exemplo, há fornecedores com número muito pequeno de funcionários, ou com um dos sócios como beneficiário de programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil. Levantam suspeita também os casos de empresas criadas neste ano e tendo como sócio algum filiado a partido ou parente de candidato.

Foram identificadas doações feitas por pessoas beneficiárias de programas sociais ou com renda incompatível com o valor doado. E o pior: foram também já identificados seis doadores falecidos e 190 desempregados.

Caberá agora ao Ministério Público Eleitoral (MPE) investigar esses casos suspeitos. Uma nova rodada de cruzamento de dados ocorrerá após a prestação de contas final do primeiro turno, que deve ser entregue por todos os candidatos até 2 de novembro.

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