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Mostrando postagens de 2018

AS ÁGUAS DO VELHO CHICO E AS ÁGUAS QUE FECUNDAM ATÉ O MAR MORTO

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Manoel Belarmino Estou eu aqui, nesta tarde, sentado na frente da casa de minha mãe, no Bairro São José, olhando o tempo e lendo Ezequiel 47, 1-12 sobre a água que fecunda até o Mar Morto. "E junto ao rio, à sua margem, de um e de outro lado, nascerá toda a sorte de árvore que dá fruto para se comer; não cairá a sua folha, nem acabará o seu fruto; nos seus meses produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto servirá de comida e a sua folha de remédio" (Ex 47, 12). Diante desta leitura, neste trecho do Livro Sagrado, começo a refletir sobre o nosso Rio São Francisco, sobre a Caatinga, o Cerrado e sobre o povo ribeirinho e as populações da Bacia do Velho Chico. Nós sabemos que a Bacia do Rio São Francisco é composta basicamente por dois biomas importantes: o bioma Caatinga e o bioma Cerrado. O Rio São Francisco é basicamente perenizado por dois aquíferos que estão exatamente no bioma Cerrado. São os aquíferos Urucuia e Bambuí, cuja r

POÇO REDONDO E AS NOSSAS RIQUEZAS IGNORADAS PELOS GOVERNANTES

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Manoel Belarmino Eu já postei vários textos sobre as riquezas de Poço Redondo nas redes sociais, principalmente no face, para ver se um dia toca na alma e na consciência dos governantes municipal e estadual. E é bom frisar que não é de agora que faço essas postagens, basta ver a linha do tempo do meu facebook. Acredito que venho postando isso há uns seis anos. Já postei aqui textos sobre a nossa riqueza paleontológica, a espeleologia com cavernas e furnas impressionantes no Rio Jacaré e na Serra da Guia, as riquezas arqueológica, terrestre e subaquática, com destaques o Quilombo Serra da Guia e para o sítio de Bonsucesso, Curralinho Velho. Além dos veios de cristais de quartzo, da paleontologia, dos potenciais de turismo histórico, cultural científico e de paisagem, dos sítios históricos de Angico e Serra da Guia. A cultura do Cangaço, casarios e religiosidade popular. Também publiquei texto sobre agroecologia, sobre recursos hídricos e acesso a água e energias. Como entender

ACESSO À ÁGUA É UM DIREITO HUMANO

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Manoel Belarmino Pequenas e grandes estruturas com tecnologias de captação e armazenamento de água das chuvas são necessárias e urgentes para a convivência do homem e a mulher no sertão. Com essas chuvas volumosas que nestes dias caem na nossa região, é visível a água que escorre pelos córregos e riachos. As águas que vêm das chuvas e vão embora. Não temos, ainda, infelizmente, estruturas adequadas para a captação e armazenamento de água das chuvas. Somente nestas chuvas que caíram em Poço Redondo nestes últimos dias, em meio hectare caiu mais de 1 milhão de litros de água da chuva. Mas quando volta a estiagem não demora muito para sentirmos novamente a escassez de água para a produção e até para o consumo humano. Infelizmente os governos federal, estadual e municipal só se preocupam com as emergências. E ainda não há uma política pública de acesso a água tecnicamente adequada e eficiente no semiárido. Algumas organizações populares do campo vinculadas a ASA têm s

ESTRADA REAL DE SERGIPE DEL REY

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Manoel Belarmino A Estrada Real de Sergipe Del Rey, um caminho histórico que aparece em documentos desde 1653, foi identificada por técnicos do IPHAN no inicio deste ano, durante a IV Fiscalização Preventiva Integrada na Bacia do Rio São Francisco-FPI. O caminho histórico, chamado de Estrada Real, era utilizado para o escoamento de cargas de mercadorias. Essa denominação de Estrada Real identificava as estradas oficiais da Coroa Portuguesa, e serviu para a cobrança dos impostos e taxas de circulação de mercadorias. Os trechos importantes da Estrada Real em Sergipe nunca havia sido analisados em campo por uma equipe técnica. Na Biblioteca Nacional encontra-se um mapa da Estrada Real de Aracaju a Penedo (AL), passando por Capela, Muribeca e Aquidabã, com data de 1886. Com a realização da IV FPI, a arqueóloga do IPHAN, Míriam Cazzeta, que pesquisa Estradas Reais, há mais de 14 anos, disse que é a primeira vez que uma equipe técnica especializada esteve nesses trechos da

UM GRITO NO DESERTO DE GENTE MOUCA

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Manoel Belarmino "Eu sou a voz que clama no deserto..." Esta frase foi proferida por João Batista, o profeta, o eremita, e está escrito na Bíblia Sagrada, mais precisamente no Livro de João (João 1,2-28). Se trouxermos essa palavra profética do mestre João Batista para a nossa realidade atual, clamar por políticas públicas decentes e eficientes, simples, e de resultados, é gritar sozinho. É gritar no deserto. Dizer e mostrar na prática que é possível construir politicas públicas de convivência no semiárido também, às vezes, é gritar sozinho no deserto. Há uma preguiça política e técnica quando a questão é políticas públicas. Dizer e mostrar tecnicamente que é possível. Dizer que somente um modelo de educação contextualizada, de convivência com o semiárido, libertadora e emancipadora, que forme cidadãos pensantes e críticos, poderá contribuir para a boa convivência e para a autossustentação no semiárido, é gritar sozinho. É nunca ser ouvido. Ainda hoje existe alg

AS RAÍZES DOS PROBLEMAS DO SEMIÁRIDO

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Manoel Belarmino Enquanto os homens e as mulheres continuarem se contentando com o enxergar apenas a superfície, o lixo e a podridão continuam no fundo do poço, alimentando e fortalecendo as raízes dos principais problemas do povo. Há uma preguiça política dos políticos e da sociedade na construção das políticas públicas. Poucos são os que se atrevem a questionar, discutir e propor ações e políticas de erradicação das raízes dos principais problemas do povo. Maquiou a superfície, aí já está tudo bem. Políticas de “paliativamento” ou de "sepulcros caiados". Podemos citar, por exemplo, as políticas de “arremediamento” dos problemas de acesso à água no semiárido com carros pipas do Exército e da Defesa Civil, quando se poderia construir estruturas com tecnologias eficientes e adequadas de captação e armazenamento de água das chuvas e do Rio São Francisco, recuperação de olhos d’água d'água, e as políticas de distribuição de sementes, quando se poderia investir em

O PREÇO DE UMA ELEIÇÃO

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Manoel Belarmino Quanto custa uma eleição? Se esta pergunta for direcionada aos candidatos, ou chefes políticos tradicionais, a resposta é a seguinte: muito cara, caríssima. Mas se houvesse respeito à democracia e à legislação eleitoral as despesas seriam baixíssimas tanto para os candidatos e candidatas como para os eleitores. Mas as eleições  têm sido muito cara para o Estado. Pois é este que mantém as estruturas físicas e humanas para o funcionamento de todo o processo eleitoral. Esse é o preço da democracia. Infelizmente o modelo viciado e deseducador de fazer política ainda predomina na sociedade. Os políticos teimam, de forma criminosa, em desobedecer as leis eleitorais. Insistem em comprar votos no varejo e no atacado como se fosse um curral de gado, de forma escancarada. Como uma eleição é cara para o candidato e para o leitor, se todas as despesas legais são pagas pelo Estado? Transporte dos eleitores, mesários , urnas, segurança e até a colinha para anotar os

O POVO ELEGEU BELIVALDO, MAS TEM GENTE COMEMORANDO EM DOBRO

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Manoel Belarmino Ainda é visto ex-prefeitos, ex-vice prefeitos e cabos eleitorais do interior comemorando em dobro a grande vitória do governador Belivaldo Chagas. Aqueles que têm e os que ainda não têm terão logo a partir de janeiro de 2019 os tão conhecidos CCs. Essa gente está comemorando em dobro. São as nomeações por apadrinhamento político ou nomeações de políticos em cargos que não servem pra nada. Que não produz nada. “Com a reeleição do Belivaldo, esse time de come e dorme deve manter as boquinhas no governo”. Se o governador tivesse coragem de jogar na lixeira todos os cargos que não produzem nada, com uma canetada só em um decreto só, teríamos condições de sobra de pagar toda a folha dos servidores religiosamente e dias. E sobrariam recursos para melhorar a saúde, a educação e a segurança pública.

NOSSAS RIQUEZAS IGNORADAS PELOS GOVERNOS

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Manoel Belarmino Eu já postei vários textos sobre as nossas riquezas de Poço Redondo nas redes sociais, principalmente no face, para ver se um dia toca na alma e na consciência dos governantes municipal e estadual. E é bom frisar que não é de agora que faço essas postagens, basta ver a linha do tempo do meu facebook. Acredito que venho postando isso há uns seis anos. Já postei aqui textos sobre a nossa riqueza paleontológica, a espeleologia com cavernas e furnas impressionantes no Rio Jacaré e na Serra da Guia, as riquezas arqueológicas terrestres e subaquáticas com destaques para o Quilombo Serra da Guia e para o sítios de Bonsucesso e Curralinho Velho. Além dos veios de cristais de quartzo, da paleontologia, dos potenciais de turismo histórico, cultural, científico e de paisagem, dos sítios históricos de Angico e Serra da Guia. A cultura do Cangaço, casarios e religiosidade popular. Também publiquei texto sobre agroecologia, sobre recursos hídricos e acesso a água e produ

UM AVISO AOS TIRANOS

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Manoel Belarmino Um discurso pode ser Por tiranos censurado Ou um texto no jornal Pelo poder apagado, Mas nunca um poema meu, Nem com o dinheiro seu, Nem na bala, será calado.   Na escrita ou na voz Meu poema denuncia, Faz a crítica, revela, Exerce a cidadania... O poder compra o jornal, O rádio e até o mural, Mas não compra a poesia.

“SERÁS LIBERTADO PELO DIREITO E PELA JUSTIÇA” (Is 1,27)

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O site IHU- Unisinos publicou, nesta terça-feira, 23, um artigo sobre a Campanha da Fraternidade de 2019 de Rui Antônio de Souza. Rui é graduado em Filosofia e Teologia, mestre em Comunicação Social e com especialização em Bioética. Membro do Laboratório de Políticas Públicas de Porto Alegre (LAPPUS). Escreve Rui: “Com o lema “serás libertado pelo direito e pela justiça” (Is 1,27), a CF 2019 visa aprofundar o que são as Políticas Públicas enquanto garantidoras de direitos. São muitos os problemas e desafios da sociedade atual. É preciso olhar, sobretudo, para a realidade das pessoas que mais sofrem as consequências de um sistema que impede a vida com dignidade". E eu republico aqui no nosso Blog Circulo de Notícias. EIS O ARTIGO Arrisco dizer que a Campanha da Fraternidade 2019 pode ser chamada “a campanha das campanhas”. O motivo é o tema, “Políticas Públicas”, muito bem escolhido pelos bispos, ainda mais se considerarmos o contexto social, econômico e político que esta

O CANGACEIRO AZULÃO DA GUIA

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Manoel Belarmino Luiz de Maurício, como era conhecido antes de entrar no Cangaço, Luiz José da Silva, natural de Poço Redondo, nascido e criado no quilombo Serra da Guia, foi o Azulão do Bando de Lampião. Como no Cangaço de Lampião existiu mais de um cangaceiro com o nome de Azulão, o Azulão da Guia foi o terceiro do bando de Lampião. Segundo alguns pesquisadores, Azulão da Guia entrou no Cangaço em 1934 e atuou no grupo de Zé Sereno. Estava naquela madrugada do dia 28 de julho de 1938 e escapou com vida. Depois da chacina de Angico, Azulão da Guia entregou-se a polícia na cidade de Jeremoabo no mês de outubro de 1938, sendo condenado a 30 anos de prisão. Cumpriu 19 anos de pena e foi indultado em 06 de novembro de 1957. Azulão da Guia saiu da cadeia aos 68 anos de idade. Na foto abaixo, feita por Benjamim Abraão, estão os cangaceiros Zé Sereno (primeiro a esquerda), Azulão (centro) e Gato.

CRITICAR É FÁCIL

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Manoel Belarmino Criticar é fácil. Até porque "pimenta nos 'óio' dos outros é refresco", já diz um velho ditado da sabedoria popular. Eu sou daqueles que defendo que toda crítica bem feita deve ser precedida de uma profunda autocrítica. Quando a gente se envolve em política tem como obrigação, todos os dias, antes de deitar e depois de acordar, religiosamente, fazer a oração da AUTOCRÍTICA. É necessário ser duro e rigorosamente disciplinado com a gente mesmo. O sistema político é viciante, corrupto, corruptor e degradante. É preciso diariamente travar uma guerra contra a tentações do ambiente e as tentações de dentro da gente mesmo. É preciso eliminar um vício de cada vez e a cada instante. Resistir com honestidade e dignidade em um novo jeito de fazer política requer muita vigilância, disciplina e despojamento. Somente os revolucionários têm a coragem consciente de cortar na carne os excedentes podres. Nenhum ser político é revolucionário se não for

HÁ UM CHEIRO ESTRANHO

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Manoel Belarmino Há cheiro de sangue E rangir de grades Da caatinga ao mangue Como tempestades Um sangue inocente Fétido, jogado Do sangue da gente O chão encharcado Um grito sem voz A voz proibida Nem eu e nem nós A massa oprimida Não há mais denúncia O roubo é abafado Nem voz, nem pronúncia O povo é calado Há um cheiro estranho Cheiro de opressão Há gente em rebanho Buscando o ferrão   A bota e o fuzil Serão a lei mais forte Oh Pátria Brasil, Onde está sua sorte?!

O PAPA, A JON SOBRINO: “OBRIGADO PELO SEU TESTEMUNHO”

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No texto abaixo, publicado ontem, 17 de outubro, por José Manuel Vidal no Religión Digital e traduzido  por André Langer, e eu o republico aqui no Círculo de Notícias,   está um ligeiro relato de como foi o encontro do Papa Francisco com o grande teólogo Jon Sobrino. O encontro entre o Papa e o teólogo aconteceu na Sala Paulo VI, para onde Francisco se dirigiu, para saudar os mais de seis mil salvadorenhos ali reunidos para participar da missa de ação de graças pela canonização de São Oscar Arnulfo Romero. O Papa entrou na sala depois da missa presidida pelo cardeal Rosa Chávez e concelebrada, em sinal de comunhão, por todos os bispos de El Salvador e pelo cardeal hondurenho Oscar Andrés Rodríguez Maradiaga. E desatou-se o delírio entre as pessoas que se aglomeravam no estreito corredor pelo qual Francisco ia passando, cumprimentando, abençoando e parando aqui e ali. Entre as pessoas e precisamente ao lado de Jon Sobrino e outro companheiro jesuíta salvadorenho estava Javier

NÃO DÊ O PEIXE, ENSINE O HOMEM A PESCAR”.

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Manoel Belarmino “Não dê o peixe, ensine o homem a pescar”. Já ouvi tanto essa frase, dita e redita por políticos. E por políticos considerados “progressistas”. Essa é a frase mais enganadora que eu já vi. Mentirosa, demagógica... No capitalismo isso não funciona. Adianta ensinar a pescar se o capital é o dono do rio? Se o capital cerca os rios, cerca as terras e as florestas e ainda mata os peixes e a biodiversidade aquática como agora em Mariana? E “ensinar a pescar” é outra mentira. Os pescadores tradicionais aprenderam com os mais velhos a pescar e a cuidar dos rios e dos seus territórios. Tive o desprazer de, há poucos minutos, ouvir por telefone de um político desses, me dizer: “Belarmino, fique comigo porque temos um bom projeto pra Poço Redondo”. ”Não vamos dar o peixe, mas vamos ensinar o povo a pescar”. Aí eu não aguentei. Tive que responder: O bom projeto é o que devolverá os rios, as florestas, a caatinga, a água, os territórios tradicionais as populações, os meio